O câncer de mama é um dos tipos de câncer que mais afeta as mulheres no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, o INCA. De 2023 a 2025, o órgão prevê registrar cerca de 75 mil novos casos por ano da doença no nosso país.
Embora esses dados sejam assustadores, especialistas alertam sobre ações de prevenção que ajudam na detecção precoce da doença, e consequentemente as chances para que sejam apontados tratamentos eficazes sejam maiores.
Apesar de toda a informação e campanhas de conscientização contra o câncer de mama, a doença ainda é alvo de vários mitos e tabus. Um deles é com relação ao uso de próteses de silicone, assunto do qual vem ganhando destaque em estudos em instituições nacionais e internacionais.
No que se diz a respeito do principal tipo de câncer de mama registrado no Brasil segundo o INCA, o carcinoma ductal infiltrante, que corresponde a cerca de 90% dos casos, as próteses mamárias não são classificadas como fator de risco. Para estes casos, os principais fatores que podem aumentar o risco de desenvolver a doença são: idade, histórico familiar de câncer de mama, exposição hormonal e outros fatores que dizem a respeito do estilo de vida da mulher.
O que dizem os estudos internacionais
Em setembro de 2022 a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, anunciou que casos raríssimos de um tumor raro chamado linfoma anaplásico de células grandes foram registrados pelo país. Ainda de acordo com os estudos, o câncer afeta o tecido cicatricial, que se forma ao redor de implantes específicos, em sua maioria de próteses lisas e preenchidas com silicone ou soro fisiológico.
Quem já teve câncer pode ter implantes de silicone?
No Brasil a orientação dos órgãos de saúde com relação às próteses de silicone é que caso a paciente tenha tido histórico da doença, procure realizar os exames periódicos. Essa orientação também se estende a mulheres que não têm histórico da doença mas que possuem as próteses, já o recomendado é realizar a consulta regular com o médico responsável pelo implante.
Mulheres que tiveram câncer de mama e desejam colocar silicone não encontram problemas na maioria dos casos. Cirurgias plásticas, com o uso de próteses ou outros métodos disponíveis, podem ser realizadas com segurança após cirurgias parciais ou totais para o tratamento do câncer de mama.
Prótese de silicone e exames de detecção precoce
Outra preocupação muito comum relacionada aos implantes mamários de silicone é com relação a possibilidade de que eles possam interferir na detecção precoce do câncer de mama em exames de imagem, como a mamografia.
Os implantes podem dificultar a visualização de lesões mamárias durante os exames, no entanto, as técnicas de imagem avançaram e os radiologistas estão cada vez mais familiarizados com a interpretação de mamografias em mulheres com implantes mamários, minimizando esse problema.
Conclusão
Em conclusão, embora a relação entre implantes mamários de silicone e câncer de mama ainda seja um tema de estudo e debate, as evidências científicas atuais não estabelecem uma conexão direta. As mulheres devem estar cientes dos potenciais riscos e benefícios dos implantes e tomar decisões baseadas em informações atualizadas, em consulta com seus médicos.
Priorizar a detecção precoce do câncer de mama e manter uma boa comunicação com os profissionais de saúde são passos essenciais para proteger a saúde.