A cada ano, milhares de brasileiros aguardam na fila por um transplante de medula óssea, essencial para o tratamento de doenças como leucemias e linfomas.
Entretanto, o número de novos doadores cadastrados no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) não tem acompanhado o crescimento da demanda.
Nos últimos dois anos, enquanto o número de novos doadores aumentou, passando de 119 mil em 2022 para 129 mil até novembro de 2024, o número de pacientes cadastrados à espera de um transplante cresceu de 1.637 para 2.060 no mesmo período.
Isso significa que a demanda por transplantes cresceu três vezes mais do que o número de novos doadores.
REDOME
Apesar de o REDOME ser o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo, a discrepância entre a quantidade de doadores e a demanda por transplantes evidencia a necessidade urgente de ampliar o número de voluntários.
A compatibilidade para transplante de medula óssea é complexa e altamente específica, o que torna crucial aumentar a diversidade e o número de doadores cadastrados para melhorar as chances de encontrar correspondências adequadas para os pacientes.
Como se tornar um doador de medula óssea
Para se cadastrar como doador de medula óssea no Brasil, é necessário:
- Idade: Ter entre 18 e 35 anos (o cadastro permanece ativo até os 60 anos).
- Saúde: Estar em boas condições de saúde, sem doenças que impeçam a doação.
- Documentação: Apresentar um documento oficial com foto.
- Procedimento: Comparecer ao hemocentro mais próximo para a coleta de uma amostra de 10 ml de sangue, que será utilizada para determinar as características genéticas necessárias para a compatibilidade.
Após o cadastro, é fundamental que os doadores mantenham seus dados atualizados, facilitando o contato em caso de compatibilidade com algum paciente.
A importância da conscientização e do engajamento
Muitas pessoas ainda têm receios sobre a doação de medula óssea, acreditando que o procedimento é doloroso ou arriscado. Mas, na verdade, a doação é segura e, na maioria das vezes, realizada de forma semelhante a uma doação de sangue, especialmente quando feita por aférese (método de doação de medula óssea que consiste na separação das células-tronco do sangue).
A disparidade entre o número de novos doadores de medula óssea e a crescente demanda por transplantes no Brasil é um desafio que precisa ser enfrentado com urgência.
Cada novo doador cadastrado representa uma esperança a mais para milhares de pacientes que aguardam por uma chance de cura.
Informar-se, desmistificar o processo de doação e engajar-se em campanhas de conscientização são passos fundamentais para reverter esse cenário.
Se você atende aos critérios para se tornar um doador, procure o hemocentro mais próximo e faça seu cadastro. Sua atitude pode salvar vidas.